"Não compartilho a decisão de aceitar o ingresso da Venezuela como um membro pleno porque se trata de uma agressão institucional muito importante para o Mercosul", disse ele, em declarações reproduzidas pelo jornal.
"É uma ferida institucional muito importante, talvez a mais grave dos 21 anos do Mercosul", acrescentou.
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Ainda segundo Astori, o ingresso da Venezuela e a sanção ao Paraguai atingem "o coração do Tratado de Assunção (que marca a fundação do Mercosul, em 91)" e ignoram "uma de suas normas mais importantes (...) o ingresso de um membro pleno deve ser aprovado por todos os membros plenos já existentes".
Efe - 11.jul.11 | ||
O vice Danilo Astori (esquerda) ao lado do presidente uruguaio José Mujica, em Montevidéu |
ENTENDA
Ontem, o governo uruguaio declarou que não esteve de acordo com a forma como foi decidida a entrada da Venezuela no Mercosul na cúpula realizada na sexta-feira passada em Mendoza, na Argentina.
Em uma entrevista à rádio uruguaia "El Espectador", o chanceler uruguaio Luis Almagro chegou a afirmar que a entrada da Venezuela, concretizada após a suspensão do Paraguai, foi tomada pela intervenção "decisiva" da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, secundada pela da Argentina, Cristina Kirchner, na reunião de chefes de governo.
A declaração foi rebatida pelo assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.
"Isso não corresponde ao estilo da política externa brasileira e menos ainda da presidenta Dilma", afirmou.
Ainda ontem, partidos da oposição uruguaio decidiram convocar o chanceler Almagro para prestar explicações no Senado sobre a transformação da Venezuela em membro pleno do Mercosul.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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